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Fibromialgia: quando a dor difusa encontra tratamento integrativo

A dor invisível

A fibromialgia afeta cerca de 2% da população brasileira, em sua maioria mulheres entre 30 e 55 anos.
É marcada por dor difusa, fadiga intensa, sono não reparador e sintomas emocionais, como ansiedade e depressão.

Apesar de comum, muitos pacientes passam anos sem diagnóstico, convivendo com incompreensão de familiares, colegas e até profissionais de saúde. Essa falta de reconhecimento aumenta o sofrimento e reforça a sensação de não ser levado a sério.

Sintomas principais

  • Dor em todo o corpo, persistente por mais de 3 meses.
  • Cansaço intenso, mesmo após uma noite de sono.
  • Sono fragmentado ou não reparador.
  • Alterações cognitivas (“nevoeiro mental”).
  • Sintomas associados: cefaléia, intestino irritável, síndrome das pernas inquietas.

Esses sintomas variam em intensidade e podem piorar em situações de estresse, mudanças de rotina ou esforço físico.

Por que a fibromialgia acontece?

A fibromialgia não é causada por inflamação nas articulações nem por degeneração dos músculos ou ossos.
Por isso, exames de sangue e de imagem costumam ser normais, mesmo quando o paciente sofre intensamente.

O que ocorre é um tipo específico de dor chamado dor nociplástica. Nesse tipo de dor, o problema não está em uma lesão evidente nos tecidos, mas sim em uma alteração da forma como o sistema nervoso central (cérebro e medula espinhal) processa os sinais de dor.

Na fibromialgia, há um fenômeno de sensibilização central: o organismo fica em estado de alerta exagerado, e estímulos comuns — como um toque leve, mudança de temperatura ou pequenos esforços — passam a ser interpretados como dor intensa.

Além disso, alterações em neurotransmissores ligados ao sono, ao humor e à resposta ao estresse ajudam a explicar por que esses pacientes sofrem não apenas com dor, mas também com insônia, fadiga, ansiedade e depressão.

Impacto na vida

A fibromialgia afeta muito além do corpo:

  • Trabalho: afastamentos frequentes e perda de produtividade.
  • Vida social: isolamento e dificuldade de manter vínculos.
  • Saúde emocional: altos índices de ansiedade e depressão.
  • Autoestima: sensação de descrédito e estigmatização.

Esse impacto global reforça a necessidade de um tratamento integrativo e multidisciplinar.

Tratamentos convencionais

Os recursos tradicionais incluem:

  • Medicamentos moduladores da dor (como pregabalina e duloxetina).
  • Exercícios físicos supervisionados, especialmente aeróbicos leves.
  • Psicoterapia, sobretudo terapia cognitivo-comportamental.

Embora importantes, esses recursos nem sempre são suficientes. Além disso, o uso prolongado de medicamentos pode causar efeitos colaterais.

Acupuntura e neuroestimulação: o que mostram os estudos

Nos últimos anos, a ciência tem avançado bastante no estudo da acupuntura para fibromialgia.

  • Revisões sistemáticas e meta-análises mostram que tanto a acupuntura quanto o dry needling podem trazer melhora significativa em dor, ansiedade, fadiga, distúrbios do sono e qualidade de vida, principalmente no curto prazo.
  • Diretrizes internacionais, como as do CDC (EUA), reconhecem a acupuntura como uma opção não farmacológica válida, especialmente quando associada a um cuidado multidisciplinar.
  • Pesquisas recentes apontam que os efeitos podem estar ligados à modulação de vias da dor e à regulação neuroendócrina.
  • A acupuntura é considerada segura e bem tolerada, com baixa taxa de efeitos adversos.

Embora ainda faltem estudos de longo prazo mais robustos, há consenso de que a acupuntura e a neuroestimulação são intervenções úteis e seguras, principalmente como parte de uma estratégia multimodal.

Conclusão

A fibromialgia é uma condição real e desafiadora, mas não significa viver em sofrimento constante.
Abordagens integrativas, como a acupuntura e a neuroestimulação, oferecem caminhos seguros e respaldados pela ciência para ajudar no controle da dor difusa, da fadiga e dos distúrbios do sono.

Se você convive com fibromialgia, saiba que existem alternativas não farmacológicas que podem contribuir para melhorar seu dia a dia e devolver qualidade de vida.


Sobre a Clínica Trattar

A Clínica Trattar é especializada no tratamento integrativo da dor, unindo acupuntura, neuroestimulação e educação em dor a recursos da medicina moderna. Nosso foco é oferecer abordagens baseadas em evidências, em um ambiente acolhedor e humanizado.

Referências utilizadas:

Perguntas Frequentes

As dúvidas mais comuns sobre o que esperar da sua experiência conosco

Na primeira consulta, o médico conversará com o paciente sobre suas queixas, avaliando suas consequências na qualidade de vida, incluindo sono, humor, atividade profissional, lazer e bem-estar. Após formular uma hipótese diagnóstica, o médico fará um exame físico detalhado e, eventualmente, solicitará exames complementares ou pareceres de outros especialistas. Somente após essas etapas, com a hipótese diagnóstica confirmada, o médico acupunturista poderá verificar se a acupuntura é um tratamento adequado para a condição clínica naquele momento e proporá uma sequência de sessões com periodicidade variável, conforme a necessidade de cada caso. Para a avaliação e as sessões, o paciente deverá utilizar roupas leves e confortáveis e que, preferencialmente, não sejam justas ou apertadas. A primeira consulta de avaliação dura em média uma hora.

As sessões são intercaladas com consultas de reavaliação. No dia em que houver apenas sessão, o paciente deverá vir com roupas leves e confortáveis e que, preferencialmente, não sejam justas ou apertadas. Além disso, evitar fumar, beber café (ou qualquer outra bebida com cafeína) e praticar exercícios físicos intensos até duas horas antes do atendimento. Tratam-se de recomendações, não sendo, portanto, motivos para impedimento do tratamento. A sessão de acupuntura dura em média 30 a 45 minutos. As agulhas são todas descartáveis e não reutilizáveis.

A maioria das pessoas relata que a sessão de acupuntura é relaxante. Alguns dos pontos de acupuntura, ao serem estimulados, podem apresentar uma sensação de pequeno choque elétrico ou incômodo passageiro. Esse é um dos sinais que o acupunturista se usa para certificar de que o ponto agulhado é o mais adequado, para maior eficácia.

Varia de acordo com o problema que está sendo tratado, a natureza e o tempo de evolução da doença. Em geral, prescreve-se uma a duas sessões por semana. Conforme evolução clínica, determina-se maior ou menor frequência e estipula-se o tempo de tratamento. Na maioria dos casos, cinco a dez sessões é uma média. Nos casos agudos, a chance de necessitar de um número pequeno de sessões é grande. No entanto, os casos crônicos demandam longo tempo de tratamento.

As agulhas de acupuntura são colocadas em pontos específicos, próximos ao local doente ou à distância. Ao contrário do que muitos pensam, não são em locais aleatórios. Elas são inseridas em meridianos, linhas que percorrem o corpo, conforme o problema que está sendo tratado. Em geral, são colocadas dez agulhas, mas esse número é bastante variável. Normalmente não ultrapassa 15.

Depende do tipo de problema e do tempo de evolução, além das técnicas adequadas de acupuntura utilizadas. De uma forma geral, em quadros agudos, sem lesão estrutural, o efeito é imediato. Algumas equipes esportivas europeias têm médicos acupunturistas nas competições. Em casos crônicos ou onde uma lesão já foi estabelecida, os primeiros efeitos podem ser percebidos a partir da quinta sessão. Alguns estudos demonstraram que, a partir da quinta sessão, 50% dos pacientes apresentam melhora na dor. No entanto, 20% dos pacientes demoram a responder ao ponto de desistirem do tratamento.

Após uma sessão de acupuntura, pode ocorrer o surgimento de pequenos hematomas que se resolvem espontaneamente em poucas horas ou dias. Também pode ocorrer uma pequena dor no local da aplicação, especialmente após a estimulação de pontos mais profundos. O uso de meios físicos como calor ou gelo local já são suficientes para a melhora dessa dor.

Não deve doer, no entanto, para ter seu melhor efeito, o paciente precisa ter a “sensação de agulhamento”, ou seja, ao atingir a profundidade correta, durante a aplicação da agulha, o paciente pode sentir uma sensação passageira de choque ou incômodo.

As agulhas não são as mesmas utilizadas para coleta de sangue ou em injeções de vacinas e medicamentos. Elas são feitas de material variável, metálico, existindo de ouro ou prata, descartável e de diâmetro muito fino, comparado com um fio de cabelo.

A agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) determina que as agulhas de acupuntura devem ser descartáveis, ou seja, só podem ser utilizadas em um único paciente e não podem ser reutilizadas.

Não. A acupuntura pode ajudar na diminuição do uso de medicamentos contínuos, mas você deve sempre consultar seu médico antes de fazer qualquer mudança. Também não deixe de acompanhar os médicos e profissionais que cuidam de você, mesmo que se sinta melhor.

O tratamento com acupuntura é bastante seguro e pode ser realizado em todas as idades, de recém-nascidos a idosos. Alguns pontos não podem ser agulhados em gestantes. Porém, a eletroestimulação tem limitações em pacientes com marcapasso ou implantes eletrônicos, próteses metálicas na região a ser estimulada, sobre regiões com alterações trombóticas ou embolias dos vasos sanguíneos, patologias com perda de sensibilidade periférica, gestantes e pacientes com dificuldades cognitivas ou perda de consciência, que não conseguem entender ou responder aos comandos verbais do acupunturista.

Atendimento personalizado, centrado em suas expectativas e necessidades

A escuta atenta é o primeiro passo para o alívio real. Porque quando você se sente bem cuidado, o corpo responde melhor — e o caminho da melhora se abre.
Consulta de avaliação

Na primeira consulta, vamos ouvir sua história, entender sua dor e traçar juntos o plano mais adequado para o seu cuidado.

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