A dor que mais limita no mundo
A dor lombar é hoje a principal causa de incapacidade no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde e o estudo Global Burden of Disease (GBD 2021).
Estima-se que até 80% das pessoas terão pelo menos um episódio de dor lombar ao longo da vida, sendo que aproximadamente 20% evoluem para dor crônica (persistente por mais de 3 meses).
No Brasil, pesquisas apontam que a prevalência de dor lombar crônica varia entre 15% e 25% da população adulta, afetando especialmente mulheres, pessoas acima dos 40 anos e profissionais que passam longos períodos sentados.
Além do impacto físico, a dor lombar é uma das principais causas de afastamento do trabalho e representa altos custos para a saúde pública. Ela também compromete o sono, limita atividades de lazer e pode levar a ansiedade e depressão.
Sintomas mais comuns
- Dor localizada na região lombar, com ou sem irradiação para as pernas.
- Rigidez matinal ou após esforço físico.
- Dificuldade para permanecer muito tempo sentado ou em pé.
- Em alguns casos, sensação de formigamento ou choque nas pernas.
Quando é hora de procurar ajuda médica?
Na maioria das vezes, a dor lombar não está associada a doenças graves. Mas alguns sinais exigem avaliação médica imediata:
- Perda de força súbita em uma ou ambas as pernas.
- Alterações urinárias ou intestinais, como perda de controle.
- Dor noturna intensa, que desperta o paciente do sono.
- Emagrecimento inexplicado, sem causa aparente.
Esses sinais não significam necessariamente um problema grave, mas indicam a necessidade de exames complementares e acompanhamento médico cuidadoso.
Por que a dor persiste?
Em muitos casos, a dor lombar crônica não está ligada apenas a músculos, articulações ou discos da coluna. Um mecanismo chamado sensibilização central faz com que o sistema nervoso “amplifique” os sinais de dor, mantendo o problema ativo mesmo quando a lesão inicial já cicatrizou.
Esse processo ajuda a explicar por que algumas pessoas sentem dor contínua, mesmo sem alterações relevantes nos exames de imagem.
Tratamentos convencionais
- Medicamentos: úteis nas crises, mas podem causar efeitos colaterais se usados por tempo prolongado.
- Fisioterapia e exercícios: fundamentais, mas nem sempre suficientes isoladamente.
- Cirurgias e infiltrações: reservadas para casos específicos.
Essas limitações têm aumentado a procura por métodos seguros, eficazes e não invasivos, como a acupuntura e a neuroestimulação.
O que é neuroestimulação?
A neuroestimulação é o uso de impulsos elétricos de baixa intensidade para modular a dor e estimular a recuperação funcional.
Existem diferentes formas de aplicação, como:
- Eletroacupuntura: quando pequenos estímulos elétricos potencializam os efeitos da acupuntura tradicional.
- Estimulação neuromuscular: aplicada em nervos e/ou músculos específicos para reduzir dor e melhorar mobilidade e força muscular.
São técnicas seguras, minimamente invasivas, praticamente indolores, sem uso de medicamentos, que podem ser adaptadas conforme o perfil de cada paciente.
O que dizem os estudos recentes?
Pesquisas de alta qualidade mostram que a acupuntura pode reduzir a dor e melhorar a função em pacientes com dor lombar crônica, principalmente no curto e médio prazo, quando comparada ao tratamento convencional isolado ou à ausência de tratamento.
Revisões recentes sugerem que a associação da acupuntura com exercícios de fortalecimento do core pode potencializar os resultados. Além disso, a escolha dos pontos de aplicação e a combinação com outras estratégias terapêuticas influenciam a eficácia.
De forma geral, a acupuntura e a neuroestimulação são seguras, bem toleradas e eficazes como parte de um tratamento multimodal, mesmo que o grau de benefício varie de acordo com o perfil do paciente.
Conclusão
A dor lombar não precisa ser vivida como uma sentença.
A acupuntura e a neuroestimulação são recursos seguros e reconhecidos pela ciência, que ajudam a reduzir a dor, melhorar o sono, devolver autonomia e qualidade de vida.
Se você convive com dor lombar crônica, converse com um médico especialista sobre opções não farmacológicas de tratamento. A combinação de técnicas modernas com hábitos de vida saudáveis pode abrir caminhos reais para o alívio.
Sobre a Clínica Trattar
A Clínica Trattar é especializada no tratamento integrativo da dor, unindo acupuntura, neuroestimulação e educação em dor a recursos da medicina moderna. Nosso foco é oferecer abordagens baseadas em evidências, em um ambiente acolhedor e humanizado.
Referências
- Physiotherapeutic and Non-Conventional Approaches in Patients With Chronic Low-Back Pain: A Level I Bayesian Network Meta-Analysis. Baroncini A, Maffulli N, Schäfer L, et al. Scientific Reports. 2024;14(1):11546. doi:10.1038/s41598-024-62276-9.
- Nonspecific Low Back Pain. Chiarotto A, Koes BW. The New England Journal of Medicine. 2022;386(18):1732-1740. doi:10.1056/NEJMcp2032396.
- Psychological Interventions for Chronic, Non-Specific Low Back Pain: Systematic Review With Network Meta-Analysis. Ho EK, Chen L, Simic M, et al. BMJ (Clinical Research Ed.). 2022;376:e067718. doi:10.1136/bmj-2021-067718.
- Psychological Approaches for the Integrative Care of Chronic Low Back Pain: A Systematic Review and Metanalysis. Petrucci G, Papalia GF, Russo F, et al. International Journal of Environmental Research and Public Health. 2021;19(1):60. doi:10.3390/ijerph19010060.
- Effectiveness of Pharmacological and Non-Pharmacological Therapy on Pain Intensity and Disability in Older People With Chronic Nonspecific Low Back Pain: A Systematic Review With Meta-Analysis. Soares Fonseca L, Pereira Silva J, Bastos Souza M, et al. European Spine Journal : Official Publication of the European Spine Society, the European Spinal Deformity Society, and the European Section of the Cervical Spine Research Society. 2023;32(9):3245-3271. doi:10.1007/s00586-023-07857-4.
- Non-pharmacological and non-surgical treatments for low back pain in adults: an overview of Cochrane reviews. Rizzo RR, Cashin AG, Wand BM, et al. Cochrane Database Syst Rev. 2025;3:CD014691.
- Pharmacological Treatments for Low Back Pain in Adults: An Overview of Cochrane Reviews. Cashin AG, Wand BM, O’Connell NE, et al. The Cochrane Database of Systematic Reviews. 2023;4:CD013815. doi:10.1002/14651858.CD013815.pub2.